segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"O tempo é tão covarde."

Cruel, cruel, é o júri dos ídolos. Gabo a paciência, a força de vontade e a persistência de cada um dos concorrentes. Na mesma medida em que agradeço a todos aqueles que, ao longo das últimas semanas, me (nos) proporcionaram belos momentos de gargalhadas e de perfeita estupefação perante semelhante grau de ridicularidade.
A todos eles, os meus parabéns e um obrigado por terem, até aqui, animado todos as nossas noites de Domingo.
E, momento light à parte, também há dias em que me apetece entrar em estado de piloto automático e entregar o comando à minha criança co-piloto. 

Passamos os melhores anos da infância a planear o futuro e a desejar que os ponteiros do relógio rodopiem alegramente. Pelo caminho fica a fase do armário, a de rebeldia adolescente, as recordações do primeiro amor acompanhado pelos primeiros equívocos e erros de casting, e as primeiras desilusões.
A partir dali, a percepção do mundo vai-se alterando, entramos na fase em que aprendemos a colocar o arame farpado a rodear o muro que erguemos à volta do coração, na tentativa de evitar os sucessivos ataques a este, como quando descobrimos que afinal os significados estão todos trocados, e que há amigos que não são mais do que conhecidos, tal como histórias que afinal não passam de capítulos.
Cada um de nós cresceu. Ganhou e perdeu muito pelo caminho. E, às vezes, sento-me em frente ao relógio,  com o "tic, tac" como único ruído de fundo , e a desejar o mesmo que em criança, que o tempo passe rápido mas, desta vez, com o sentido dos ponteiros invertido.

sábado, 28 de novembro de 2009

Just enjoy the Show.

É muito fácil dizer "Gosto de ti, amor". É  simples, curto e fácil (e só não dá milhões porque não calha). O tempo corre e os rostos do outro lado da cama vão-se alterando, mas a mesma lenga-lenga, a do "Gosto de ti", continua. Que é como quem diz, hoje gosto de ti porque me sinto demasiado sozinho comigo próprio.  A verdade que escondo é que equanto te dou a mão e vou balbuciando as conjugações do verbo "gostar" é para mim que guardo o Amor. E gostar de ti, amor, até gosto. (Tal como também gostava do peixinho cor-de-laranja que quando morreu, comprei outro.)
É por estas e por outras, que continuo a jogar pela outra equipa. É que se é para "gostar", há o cão, o gato, o piriquito e o peixinho.
E quando me veem com esta história do "(...)Mas ele diz que gosta de mim.", estico o braço e peço mais um pacote de pipocas. É que O Amor, esse não faz sequer parte daquela história.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Life.


"Life is ten percent what happens to you and ninety percent how you respond to it. "
Lou Holtz

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Surrealidades da vida.


@:  " Depois tens de estar a olhar para ela."
#:  "Então e só posso olhar? Ou.... " 


Há pessoas que levam a cabo, como missão de vida, exporem-se ao ridículo, gerando situações que acabam sempre por nos arrancar uma boa gargalhada. Depois há outras que, simplesmente, ultrapassam, em larga escala, qualquer noção de "ridículo" e despertam em nós profundos sentimentos de pena e repulsa. E se juntarmos as duas, voilá, temos um candidato para a DG/AAC de 2010. Sempre em grande nível, com muita postura e com O perfil. 
(O que nos vale é que ele já deixou de acreditar no Pai Natal, mas não tarda muito ainda o vemos por aí a esmiuçar o Coelhinho da Páscoa.)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

What a Wondeful World.

E a vida continua sempre. Entre dias mais felizes e menos, entre Sol e Chuva, entre quedas e recuperações. Como dizia o outro, o caminho vai-se fazendo ao andar. E, bem, talvez exista até uma ou outra nuvem cinzenta que aparece no horizonte. Mas Hoje está Sol.
Portanto, usando a máxima dos filmes da Disney: "Hakuna Matata". O que vier depois, virá.

sábado, 21 de novembro de 2009

Melodia do Adeus


A Melodia do Adeus é mais um romance típico de Nicholas Sparks. Dá para rir, chorar, suspirar e (para os mais românticos e crentes) sonhar. Não é uma obra-prima, nem mesmo nenhum livro absolutamente extraordinário, mas fala sobre a esperança, sobre as segundas oportunidades e, acima de tudo – e, no fundo, aquilo que mais nos falta a todos nós –, escreve sobre a (in)capacidade de perdoar. Não só aos outros como também - e mais importante até - a nós próprios. 

“Quando lhe perguntara por que é que nunca assentava, a resposta da irmã não deixara lugar para dúvidas: «Há rapazes que crescem a pensar que hão-de assentar num futuro distante, e há outros que se sentem prontos para o casamento logo que conhecem a pessoa certa. Os primeiros aborrecem-me, sobretudo porque os acho ridículos; e os últimos, para ser franca, são muito difíceis de encontrar. Mas eu estou interessada é nos sérios, e leva tempo a encontrar um rapaz assim que me agrade. Quero dizer, se a relação não for capaz de sobreviver a longo prazo, porque diabo valeria a pena eu investir o meu tempo e energia nela a curto prazo?»
in Melodia do Adeus, Nicholas Sparks

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Somewhere over the rainbow.

Verdades adquiridas (take 2) : É muito mais fácil fazer uma pessoa infeliz do que feliz.
Basta uma palavra errada, uma falha temporal de um gesto, uma expectativa a que alguém não soube corresponder, uma divergência de opiniões, um erro de timming. É uma panóplia de nunca mais acabar de motivos. Tudo serve para alimentar a infelicidade do dia-a-dia e a lista interminável de queixumes.
Mas e para fazer alguém feliz, qual é a formula mágica? E, melhor ainda, para cada um de nós ser feliz? É que é engraçado o truque do sorriso artificial que combina com o look do “tass bem”, mas mais dia, menos dia, todos se cansam do jogo do faz de conta e dos "quase" - "quase-gostar", "quase-querer", "quase-confiar", "quase-dar certo", que de tanto quase que nos moeu a cabeça e nos apertou o coração, não foi nem ficou nada - e querem algo real, longe das sombras dos "Talvez" e dos "E se's". E daí até ser e fazer feliz, é um passo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Amores Desencontrados



Porque o blog também já merecia uma coisinha mais alegre e bem disposta.
Portanto, clientes assíduos (vítimas dos desencontros ou não), se a vida vos corre mal e nada acontece como esperado, a solução é muito simples : oiçam umas musiquinhas das Onda Choc. Não muda o Mundo, mas altera o dia.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

That's (not) okay.

#: "Sabe, isto está para lá da salvação possível, é preciso tirar."

E eu esboçei um sorriso e acenei. Como se ele, com apenas uma frase, tivesse resumido tudo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

La Solitudine.

Eu ainda me lembro quando era pequenina e tinha medo do escuro. Quando acreditava que existiam monstros, escondidos debaixo da cama e dentro dos armários, que quando a noite avançava se projectavam na parede e davam vida ao nossos piores pesadelos.
E depois cresci, tal como todos. Deixamos de acreditar em monstros, aprendemos a adormecer sem a luz de presença do corredor acesa e cobrimo-nos com a ilusão de que somos todos muito adultos porque conseguimos lidar bem com a solidão. Mentira, ninguém consegue. É por isso que cada um se refugia em rotinas, amigos imaginários – ou pior, aparentes amigos – e amores, que não são mais do que o reflexo da própria incapacidade de lidar com a solidão. E aprendemos todos a jogar ao mesmo jogo, tornamo-nos mestres na arte do faz de conta. Até que um dia a luz se funde, a história para adormecer não chega e os lençóis já não nos dão abrigo. E os monstros, aqueles que julgávamos inexistentes, reaparecem para nos relembrar que, lá bem no fundo, todos nós guardamos ainda a criança assustada que tem medo do escuro e da solidão de um quarto vazio.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

There's hope.

« É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade. »

in Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago


(E quanto mais conheço do mundo, mais sou obrigada a concordar. Contudo, há sempre uma luz, lá ao fundo que, nos faz acreditar e sonhar. Bendito sejas, estejas lá onde estiveres.)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Today.


Há sempre um dia qualquer em que as coisas mudam. 
E como diriam os pacotes de açúcar do Nicola : "Hoje é o Dia." 


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Arrivederci amore, ciao.

Costumam dizer que “Cada louco, com a sua mania”, e como a minha sanidade é bastante questionável, tenho uma colecção de manias muito próprias. É um tique ali, uma ideia obstinada acolá, entre uma lista de tantas outras intermináveis coisas.
Há quem alimente a tendência de ouvir em demasia os outros e ceder a todas opiniões, acabando por ir contra às próprias convicções. Depois há os obstinados do outro extremo, aqueles (às vezes como eu e a minha pior mania) que mesmo quando a realidade se apresenta em alta definição, insistem em tentar mudar de canal, como se a cegueira crónica resolvesse a utopia da ilusão e a tornasse real, enquanto se distraem com o zapping.
E depois existia este amigo meu - e não, este por acaso, não era imaginário - e a teoria dele do “cortar o cordel”. Segundo ele, existiam vários balões presos a ele, cada um representando uma das pessoas que assumia um papel de relevância na vida dele. E a vida era pacífica e tranquila. Até ao dia em que as atitudes ultrapassassem todos os limites, as palavras se despissem de significado e a desilusão alcançasse os índices insuportáveis, aí, enquanto a maioria se lamenta, chora e pragueja, ele limitava-se a cortar o cordel. E lá ia o balão, sem qualquer retorno possível.
Na altura limitei-me a encolher os ombros e a pensar que ele sim, era o grande louco (manias à parte), até porque não conseguia perceber o que é que se fazia com o que ficava, com as recordações, as esperanças, os sonhos, a dor que não dá tréguas (independentemente da hora do dia), a tudo o que ficou em nós daquela pessoa. Em que caixa é que se enfiava isso?
Mas, eventualmente compreendi. Não há caixa, não existe depois.
Das teorias que conheço é das que tem uma aplicação mais complicada e que implica um ritmo muito próprio. É crua e verdadeira. É a definição do momento em que tens de aprender a agarrar numa tesoura imaginária - daquelas capazes de cortar até os nós mais cegos - e utilizá-la. Sem segundos pensamentos ou arrependimentos, sem espaço para a esperança infantil e sem lugar para a memória. Faz-lhe uma vénia, agradece baixinho a caminhada que fez contigo - boa ou má, não importa-, diz-lhe Adeus e fica a observa-lo ao longe, até que, por fim, o balão se perca no horizonte e desapareça.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mais que tudo.









E tu, já sorriste hoje?


(E por mais que te agradeça, será sempre insuficiente. )

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um dia, um dia.

"É tão estranha a sensação de não viver. De estar só à espera que aconteça. Olhar para trás e ver que em quase meio ano nada aconteceu. Pelo menos comigo. (...) eu estou em stand by. (...) Como os passageiros à espera de um outro destino naquelas salas de aeroporto que são onde melhor se ouve a solidão de estarmos tão perdidos assim como eu aqui, que por momentos nos transformamos em verdadeiros fantasmas, sem sombra sequer, sem nada. Até acontecer alguma coisa. Vai ter de acontecer alguma coisa. E não acontece."

in Viver Todos os Dias Cansa, Pedro Paixão

 
(Não é dos meus escritores preferidos, mas uma vez por outra, ainda escreve qualquer coisa acertada, em que parece que nos rouba todas as palavras.)

domingo, 8 de novembro de 2009

Every single day.

Não existem definições certas, unânimes, ou intemporais. Cada um dá asas à imaginação, às experiências que viveu e ao que, em determinado momento, pensa e sente.

Aqui e agora, apenas sei que a minha definição de Saudade és Tu e a falta que me fazes. É ter de viver, diariamente, com o peso da tua ausência misturado com a certeza de que não mais me vais acompanhar. É aprender, um bocadinho a cada dia, a encontrar-te apenas nas recordações, a passar por qualquer local e contrariar a vontade de olhar em redor, à tua procura.
É como eles dizem, quem cá fica é que sobrevive. O que se esquecem de mencionar é que também é quem continua que está encarregado de dar guarida à dor. E quanto a essa, bem, cada um faz o que pode. Aprendes a enganar o hábito e a declarar guerra à rotina e, todas as noites, contas a ti próprio, a mesma história que te adormece o coração e te entorpece os sentidos. E, no dia seguinte, acordas e recomeças tudo outra vez.
Mas sabes, eventualmente, a pressão no peito diminui, a esperança faz as pazes contigo e até a culpa cansa-se de te punir, permitindo ao silêncio reinar. Nesse momento, descobres que não és a única, que todos o seres humanos – excepto, talvez, aqueles seres que não posso, de todo, considerar parte da humanidade – têm a saudade como âncora do coração e, a seu tempo, cada um aprende a viver com ela e a guardar a melhor parte de tudo.


I’ll be missing you. Always.

sábado, 7 de novembro de 2009

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 # :  Bad day?
@ : A harsh week.


( É isso e quando aliam a Popota à música dos Buraka. Da China à Índia, dos safaris à praia, sempre ao som do "wegue wegue", aí está ela. Já estou como outro, não sei se hei-de rir ou chorar. )

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ode à paciência.

Verdades adquiridas: o ser humano, em toda a sua omnisciência e omnipresença, tem o hábito de se mentalizar que é capaz de ter uma opinião formada sobre todo e qualquer assunto.
O grau de certeza, relativamente ao  juízo de valores formulado, aumenta na proporção directa com o afastamento da vida própria e a aproximação da vida de (qualquer) outrem. E se, por um lado, a humildade não é a característica principal da humanidade, a incapacidade de se abster de comentar, é.
Empresas de reconstrução de Telhados de Vidro, aproveitem, o negócio está em alta.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Título indisponível.

Hoje percebi porque é que grande parte dos filmes nos deixam aquele sabor agridoce na boca .
É que lá, em apenas 1 hora e meia de vida, o protagonista é capaz de ultrapassar toda a dor e mágoa. O perdão está ao alcance de umas palavras, o amor à distância de um click, a amizade jamais é posta em causa, e a morte leva 90 minutos a ser superada e enterrada. É como ir à farmácia ali da esquina e pedir um frasquinho para anestesiar a dor, uns comprimidos para a paciência, umas pílulas anti-recordações e um xarope para a confiança.
Portanto, dramas e romances, tenho a informar-vos que estou, temporariamente, de costas voltadas convosco.
Contudo, mesmo no meio de tanta irrealidade, ainda houve uma verdade que saltou à vista, onde tudo se resumiu a uma simples frase : “When one thing ends, something else begins.” (Ou como diz o bom português, “Fecha-se uma porta, abre-se uma janela.”)
Bem ou mal, que este blog seja a prova viva - metaforicamente falando - disso.