domingo, 28 de março de 2010

It's (not) complicated.

É bom ser livre e autónomo. Enclausurar o coração num local bem confortável e, simplesmente, viver a vida. Sabe bem sentir que o mundo está aos nossos pés e que tudo pode acontecer, que não existem impossíveis e que só é preciso pensar nas possíveis consequências depois, se o dia em que elas se manifestem chegar. E, momentaneamente, aquele travo amargo de felicidade-quase-conseguida desaparece.
Mas no fundo, (lá mesmo nos confins, em que o acesso está vedado a todos os outros) todos queremos o mesmo: Amor. E enquanto ele não chega, a fantasia de que não precisamos de mais ninguém a não ser a nossa máxima e suprema pessoa, chega perfeitamente e o cartão de boas-vindas é o habitual, o do: «Se és idiota, sê bem-vindo».
Até ao dia em que Ele nos encontra e abala a vida. Até esse dia. Depois, tudo muda.

terça-feira, 23 de março de 2010

Boy-Girl Story.

« Numa noite um rapaz encontrou uma rapariga num banco do Camões. Chorava com um telemóvel nas mãos. A partir daí o objectivo daquele rapaz era fazê-la rir a qualquer custo. Tropeçou, foi contra postes, recitou sketeches dos Monty Pythons, até que por fim conseguiu arrancar-lhe um sorriso:
- Fazes-me rir! - disse ela
Se num dia riu, no outro despiu. A vida corria bem entre risos e cumplicidades. Foi então uma vez que esse rapaz acordou na sua cama e a rapariga não estava lá. Em cima da mesa de cabeçeira estava um papel que dizia "Tu fizeste-me rir, mas ele faz-me chorar.." »

Nuno Markl, in "A Bela e o Paparazzo"

(E quem não tem calcanhares de Aquiles?)

quarta-feira, 17 de março de 2010

What a Beautiful Wonderland.






"Or you could stay.."






Pode não ter correspondido às melhores das expectativas, pode não ser o melhor filme de 2010 e pode até ter fugido ao estilo habitual de Tim Burton. Mas como acontece com as coisas mais simples, eu gostei. E como sempre, é quanto basta. Sem quês nem porquês.

domingo, 14 de março de 2010

O Regressos dos que nunca partiram.

Depois de semanas absolutamente caóticas, vem a retrospectiva da saga dos últimos meses, tudo porque hoje consegui começar do princípio. Recuar e re-ler as dezenas de textos que ficaram para trás, acompanhados por momentos que, como eles, também por lá findaram. É o dito processo de balanço, o coração encerra, a cabeça entra em fase de arrumação e o espírito mete férias, por tempo indeterminado. E depois reabre-se, com uma nova arrumação, um cenário mais apropriado e um ponto de vista diferente. É quando se percebe que os problemas existem sempre porque, à semelhança das pessoas, não há dias perfeitos. Mas como a maioria não tem nenhuma Ariadne que espere pacientemente por nós na outra ponta do novelo, muitas vezes acabamos por nos perder nos nossos próprios labirintos. Ou, mais preocupante ainda, permitimo-nos perder nos dos outros. E vai-se avançando aos tropeções, sem existir nenhum manual de instruções que ensine a lidar com os reversos da medalha: a desilusão, a perda e a dor. (E não, esses milhentos manuais espirituais e de auto-ajuda que por aí andam aos trambolhões por essas livrarias, nem sequer entram neste problema equacional).
Mas, no final do dia (ou do mês, ou do ano) é como Aristóteles disse, “No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se estrelas”. E eu descobri a minha.

[E, fases à parte. E porque a nostalgia deu lugar à boa disposição, por estes dias, faça-se a vossa vontade. Comentários à la carte.]