quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

#1

« “F = R/E”, ou seja “Felicidade é igual à realidade dividida pela expectativa” »

#: No fim resume-se tudo a coisas simples. São palavras e gestos. E, de repente, toda e qualquer equação deixa de fazer sentido.

@: E como é que se obtém um resultado final positivo? Se eu não me portar mal muitas vezes, tratar as pessoas bem e sem esperar nada em troca, vou ser feliz? É isso?

#: Talvez.

@: Então mas.. Coisas más não acontecem a pessoas boas?

#: Oh, sim. Acontecem todos os dias, pequenina.

@: Então afinal é aleatório ou está dependente das nossas acções?

#: Depende. Atravessas a rua, na passadeira conforme ditam as regras, e és atropelada Fizeste tudo bem, mas há sempre um terceiro elemento variável que se junta à tua equação e, nesse momento, tudo deixa de depender (só) de ti.

@: Portanto, basicamente, estamos destinados a ser terrivelmente infelizes e miseráveis porque ainda há camelos que atravessam os semáforos sem sequer olhar.

#: Não estamos destinados a nada. E vai daí, tudo pode acontecer. Há camelos sim, mas também há pessoas. E, uma vez por outra, acontecem coisas maravilhosas. Se existe uma fórmula para se ser feliz? Provavelmente, existirão milhares. Quanto ao que é preciso? É preciso muito, realmente bastante. Mas vai daí, é tão pouco e tão simples, que podemos sempre sê-lo. É sempre uma opção nossa, consciente ou não. Portanto pequenina, és feliz?

@: Tenho-te a ti, não tenho?

#: E se não tivesses?

@: Mas tenho.

#: Mas nada é eterno, nem mesmo as pessoas.

@: Não interessa, hoje estás aqui comigo e deste-me a mão quando tudo ficou escuro. E sabes? Eu não tive medo. Porque hoje tomaste conta de mim, e sorriste-me, daquela tua maneira. Essa mesmo, como estás a sorrir agora. Foi um bom dia. Hoje. Hoje fizeste-me feliz.

#: Percebes agora? A felicidade é isto, não é muito nem pouco, nem mesmo uma questão do "antes" ou "depois", é no tempo e na medida certa.