terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Happily (N)ever After.

Há qualquer coisa de profundamente.. diferente (para não dizer "estupidamente errada") nos namoros (ou "relações amorosas") de hoje. E aqui há três categorias a distinguir.
A primeira, que ostenta um "je ne sais quoi" de estabilidade, é a que todos idealizam. É por uma relação assim que lutam e entregam a Felicidade na loja de penhores da esquina (isto porque o senhor que anda com os cartazes ainda não arranjou forma de incluir a palavra "Felicidade" entre o "Compro Ouro" e "Prata"). E, uma relação em  cada 100, consegue realmente alcançar este patamar (e receber, com juros, tudo aquilo que investiu).
Quanto aos outros 99%, distribuem-se (de forma aleatória ou não) pelas outras duas.
Uma delas é esta da nova moda do "andar". Vai-se andando, vai-se gostando, vai-se deixando para o "depois logo se vê". E, um dia, quando o depois chega, é apelar a um Deus qualquer, ao anjinho da guarda e ao nosso amigo imaginário, para que corra tudo bem e que se passe ao "próximo nível" com o coração ainda intacto.
Às vezes, quando me atiram com o discurso do " Ele é o meu "amor", e até gosto muito dele (...), mas não é o meu namorado, nós só andamos.",  juro que me dá vontade de perguntar "Então mas quê? Andam daqui até ali e depois lá se vai o "amor?"".
Depois, no extremo oposto, há aqueles que, sem dúvida, são aos quais eu acho mais piada. Os namoros típicos desta nova mentalidade das "redes sociais".
E atenção, eu sou uma das maiores apologistas das demonstrações públicas de carinho e amor. Mas como diria a minha amiga, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
E também é verdade que quando se gosta, gosta-se e pronto. True story. Mas, pessoal da camada mais jovem, acreditam mesmo que isto é como o feijão mágico?  Que lá por se andar a publicar isso em hi5's, facebook's, twitter's, Msn, (e afins) que o sentimento aumenta? Isso faz-me lembrar os cães, que sentem aquela necessidade intrínseca de urinar no que é seu, para marcar o território. E ora, como gostar/adorar/amar, é uma coisa com um propósito totalmente contrário ao do sentimento de posse, acredito que essas atitudes não passam de manias obsessivas, geradas por uma desconfiança e uma grande falta de auto-estima. E que ao amor, nada devem.
E esta é a boa notícia para a equipa dos Solteiros. Com o desequilíbrio que por aí anda, dos 99%, a lei do retorno é qualquer coisa superior a 50%.
A boa notícia, para mim, este texto e o blog, é que já não vivemos no tempo dos hereges.
(Mas pelo sim, pelo não, vou só ali preparar os paus para a fogueira, já volto.)