sábado, 26 de dezembro de 2009

O Verdadeiro Espírito da Coisa.

E eis que se deram por encerradas as festividades do Natal. Mas há ainda uma coisa que não referi e que, simplesmente, adoro neste altura. Chama-se "Hiprocrisia Natalesca". Não que a Hipocrisia não seja uma doença crónica - daquelas que se faz sentir, em todos, durante o ano todo -, só que durante esta "Bendita época" (como diria o meu amigo Senhor Padre) eleva-se ao máximo expoente e ganha contornos de grande escala, escudando-se sobre... (e atenção, porque agora vem a minha parte favorita) O "Espírito Natalício".
Ou seja. Uma pessoa dedica os seus 365 dias ao campo das acções incorrectas e de má índole. Esforça-se, realmente, para se tornar o Mestre na arte das chicotadas psicológicas e, no seu trajecto, vai ainda oferecendo cápsulas de veneno, de forma aleatória e indiscriminada.. Mas, eis que basta chegar ao dia 25 de Dezembro, e o que é se faz? É óbvio que se perdoa. Porquê? Então epa.. "É Natal!"
E eu dou por mim a erguer o sobrolho e a pensar: Então o tipo passa o ano inteiro a dedicar-se à missão de afastar e torturar as pessoas que gostam dele e depois, em apenas um dia, lixam-lhe o trabalho todo?! Epa, eu ficava chateada. Melhor, eu se fosse a ele, processava-os por danos pessoais!
Mas voltando à Hiprocrisia, a nossa doença crónica em questão. Ainda ninguém conseguiu encontrar uma cura, mas agora há este novo remédio a que as pessoas recorrem (em especial durante estes dias), o "bálsamo de 24 horas" - o do divino perdão -, que aplaca a culpa e anestesia a consciência. E fica ainda mais barato do que aderir à moda dos genéricos (a Infarmed que não começe a ter cuidado, não).
Depois claro, não admira que o Pai Natal ande a tomar Xanax's o resto do ano, pudera.