quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ensaio sobre a indiferença.

Há pessoas que, simplesmente (embora, teorias à parte, de simples não tenha nada) , não querem saber. Ou porque dá demasiado trabalho e hoje em dia, com a banalidade em saldo, ninguém está para se chatear, ou porque criar laços é um processo dificil e eu já tenho uma colecção diferento de amigos imaginários para cada dia, ou porque está de chuva e o dia não está particularmente favorável a que eu me importe.
Mas antes disso, existem as "desculpas misericordiosas" e, como todos gostamos de ver a cenoura a acenar em frente ao olhos, acreditamos piamente e lá vai o crente do novo milénio dar mais uma moedinha para o peditório, porque é bonito ter esperança e a camarata da falta de fé e da descrença já esgotou todos os bilhetes.
É aqui que começa a licção que todos os pais se esquecem de ensinar aos seus pequenos rebentos: A indiferença existe, é real, e dói para lá de todos os sentidos metafóricos de qualquer eufemismo. E não há beijinho da mãmã que cure, ou prenda do pápá que resolva.
E ao contrário da teoria chapa 4 que vem no manuel de instruções do "felicidade em 5 passos" (porque estamos em época de recessão), o quanto cada um se importa não funciona na proporcionalidade directa do quanto os outros se irão importar.
Há quem não se importe, não queira saber e nem sequer se lembre que, algures, existe alguém a pensar precisamente o oposto. Ou talvez lembre, mas vai daí, não tem a mínima importância, pois a indiferença é quem reina nesses palácios de cristal. E não há revolução possivel para a depor.