segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"O tempo é tão covarde."

Cruel, cruel, é o júri dos ídolos. Gabo a paciência, a força de vontade e a persistência de cada um dos concorrentes. Na mesma medida em que agradeço a todos aqueles que, ao longo das últimas semanas, me (nos) proporcionaram belos momentos de gargalhadas e de perfeita estupefação perante semelhante grau de ridicularidade.
A todos eles, os meus parabéns e um obrigado por terem, até aqui, animado todos as nossas noites de Domingo.
E, momento light à parte, também há dias em que me apetece entrar em estado de piloto automático e entregar o comando à minha criança co-piloto. 

Passamos os melhores anos da infância a planear o futuro e a desejar que os ponteiros do relógio rodopiem alegramente. Pelo caminho fica a fase do armário, a de rebeldia adolescente, as recordações do primeiro amor acompanhado pelos primeiros equívocos e erros de casting, e as primeiras desilusões.
A partir dali, a percepção do mundo vai-se alterando, entramos na fase em que aprendemos a colocar o arame farpado a rodear o muro que erguemos à volta do coração, na tentativa de evitar os sucessivos ataques a este, como quando descobrimos que afinal os significados estão todos trocados, e que há amigos que não são mais do que conhecidos, tal como histórias que afinal não passam de capítulos.
Cada um de nós cresceu. Ganhou e perdeu muito pelo caminho. E, às vezes, sento-me em frente ao relógio,  com o "tic, tac" como único ruído de fundo , e a desejar o mesmo que em criança, que o tempo passe rápido mas, desta vez, com o sentido dos ponteiros invertido.