quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Pai Natal

Querido Pai Natal (ou menino jesus, ou leopoldina, ou popota),
  
depois de grandes mudanças, voltas e revira-voltas, eis que cá estamos outra vez. Último mês do ano, depois de mais um ano. Apaixonei-me, desapaixonei-me, ganhei muito e perdi outro tanto. Fui boa, fui má, escolhi o certo e troquei-o pelo errado, para depois voltar a baralhar e dar de novas as cartas.  Conheci a felicidade numa esquina e, pelo caminho, tive também tempo para umas incursões a becos sem saída. Fiz amigos e inimigos, mudei de casa e de cidade. Fugi quando devia ficar, fiquei quando a única solução era partir e aprendi mais uma definição da palavra "saudade" (e, estejas lá onde estiveres, fica a saber que continuo, todos os dias, a sentir a tua falta).
Gastei tempo onde não devia, e acabei por perder a paciência com os ponteiros do relógio. Beijei alguns sapos e conheci um ou outro príncipe. Encerrei capítulos, e comecei outros, para logo de seguida, por falta de inspiração e alento, rasgar as páginas e começar tudo de novo.
Por tudo o isto, e por tudo aquilo que ainda está para vir até ao final do mês, este ano, quero aquela fórmula secreta que tens guardado só para ti, a da paciência. Quero também uma dose de reforço para a força de vontade, um
comando mágico que permita fazer um "clear" em todos os imprevistos e obstáculos que vão surjindo, um anti-vírus que elimine quem já deixámos de querer na nossa vida e, por último (porque, apesar de tudo, até fui uma boa menina), quero também um daqueles óculos-mágicos topo-de-gama que permite distinguir a ilusão da realidade.
 
Desde já, muito obrigado, és o maior.
SQ